Evandro Lins e Silva (foto) foi um símbolo vivo dos 70 anos da OAB. Foi conselheiro federal em várias gestões.
Filho de juiz e militante na advocacia desde os anos 30, Evandro ins e Silva é o símbolo vivo dos 70 anos de lutas da OAB pelo respeito aos princípios constitucionais e à Justiça.
Como profissional e defensor dos direitos humanos,
teve atuação marcante nos dois longos períodos de supressão das liberdades
democráticas vividos pelo País.
Durante o Estado Novo, quando o Congresso foi
fechado e o governo colocou em prática uma perseguição implacável aos
opositores do regime, Dr. Evandro se destacaria por sua veemente defesa dos
presos políticos.
Mais tarde, durante o regime militar instalado em
1964, seria um combatente incansável na luta pelos direitos humanos.
Guerreiro de muitas batalhas em favor da Justiça e
um dos mais notáveis advogados brasileiros, ele aponta sua lança contra a
globalização e os abusos que, na sua opinião, estariam sendo cometidos contra a
Carta Magna e o povo brasileiro.
"A Constituição está sendo mutilada, e os
direitos sociais, prejudicados. Essas garantias devem ser ampliadas e não
retiradas", dizia ele.
Sempre fazia uma pausa, puxava pela memória
retirava do arquivo de tantas lembranças e tantas lutas uma frase
memorável do Presidente Roosevelt: "O povo tem o direito de não passar
fome".
Sempre destacava o papel da OAB, afirmando:
"Acho que a Ordem dos Advogados do Brasil tem cumprido um papel importante
de vigilância, para impedir que seja quebrada a harmonia entre os poderes e
evitar que o povo seja posto de lado".
Em 1992,quando a OAB e a ABI (Associação
Brasileira de Imprensa), interpretando o sentimento nacional de rejeição a
Fernando Collor de Mello por sua conduta anti-ética, na presidência da
República, entraram com a petição no Congresso Nacional para o seu julgamento
por crime de responsabilidade, o advogado das entidades (e da sociedade
brasileira) foi o Dr. Evandro Lins e Silva.
Herdeiro destacado da cultura jurídica que tem em
Rui Barbosa a expressão de excelência , Dr. Evandro foi o 8º advogado
brasileiro a ser agraciadado com a medalha que leva o nome do nosso jurista
maior (Rui Barbosa)
Evandro Cavalcanti Lins e Silva nasceu em Parnaíba,
PI, em 18 de janeiro de 1912 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 17
de dezembro de 2002. Foi um jurista, jornalista, escritor e político
brasileiro.
Graduou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 19 de
novembro de 1932. Ainda estudante já trabalhava no ofício de jornalista, que manteve
após formado advogado. Em sua
carreira jurídica, ocupou o cargo de procurador-geral da República, de setembro de
1961 a janeiro de 1963, e ministro do Supremo Tribunal Federal, de setembro de
1963 a janeiro de 1969, quando foi aposentado por força do AI-6.
Foi um dos fundadores do Partido
Socialista Brasileiro, em 1947, juntamente com Rubem Braga, Joel Silveira, entre outros.
Foi também ministro das Relações Exteriores em 1963.
Como escritor publicou diversas obras,
como A Defesa tem a Palavra, Arca de Guardados e O
Salão dos Passos Perdidos, criou a expressão "legítima defesa da
honra" para justificar o assassinato de Ângela Diniz pelo seu cliente Doca Street.
Evandro,
apesar da avançada idade, gozava de ótima saúde. Faleceu num acidente, ao tropeçar e
bater com a cabeça numa calçada.
Em Parnaíba sua cidade natal está sendo
construído um memorial em sua
homenagem, com o projeto assinado por Oscar Niemeyer
Na
Academia Brasileira de Letras foi o quinto ocupante da cadeira 1, eleito em 16
de abril de 1998, na sucessão de Bernardo Élis e recebido em 11 de agosto
de 1998 pelo Acadêmico Josué Montello. Recebeu o Acadêmico Raymundo Faoro em 17 de setembro de 2002.